• Home
  • Actividades Científicas
    • Publicações Científicas
    • Research
    • Examining Committees
    • Ensino
      • Class Content
      • Must read
      • Estatística
  • Artigos de Opinião
  • Covid-19 – Gráficos
  • Contacto
  • Sobre

Pedro M Teixeira

~ My Academic Blog

Tag Archives: Stayaway Covid

De que serve obrigar o uso da Stayaway Covid?

17 Sat Oct 2020

Posted by Pedro M Teixeira in COVID-19, Opinião

≈ 1 Comment

Tags

Stayaway Covid

 1. Carateriza o risco de forma insuficiente

A App Stayaway Covid assinala a ocorrência passada de um episódio de proximidade a menos de 2 metros e durante cerca de 15 minutos de dois telemóveis através de conexão bluethooth.

Nada diz sobre se as pessoas estiveram sentadas numa esplanada de costas voltadas, se usavam ou não máscara, se estiveram em silêncio a assistir a um espetáculo lado a lado, ou se estiveram a beijar-se o tempo todo. Ou se um dos telemóveis estava algures numa mochila ou pousado numa mesa e as duas pessoas nunca se cruzaram sequer.

Informações importantes para caraterizar o risco de contágio e que apenas podem ser obtidas se existir a indicação sobre quem foi a pessoa infetada com quem houve suposta proximidade, informação que a App não tem como fornecer. O anonimato é assegurado e o risco de quebra de confidencialidade é realmente muito baixo. E, neste caso, isso é uma grande limitação.

Nada diz sobre contactos com pessoas infetadas que:

– não notificam, introduzindo o código (de que serviria obrigar à instalação da App e manter a notificação voluntária!);

– não usam a App (a obrigatoriedade em apenas alguns contextos é uma discriminação inexplicável);

– não tinham consigo o telemóvel no momento do contacto (não somos Cyborgs e os telemóveis ainda tendem a ficar pousados em muitos locais enquanto nos movemos longe deles);

– não foram testadas e contagiaram de forma assintomática (‘Fique longe da COVID num clique’ é o que se pode designar de publicidade enganosa).

O uso obrigatório e massivo traria consigo uma falsa sensação de segurança e um rápido descrédito no sistema de alerta de contágio por todas as insuficiências que apresenta.

Resta saber como seria gerido esse descrédito, silenciando a população? Cortando na liberdade de expressão? Ocultando a incapacidade de gerir o aumento de casos?

2. Orienta o uso de testes de forma indiscriminada

Recebendo a notificação de que houve um episódio de risco nada se sabe sobre esse episódio. Apenas que o telemóvel esteve, a dada altura, durante 15 minutos próximo de um telemóvel de uma pessoa infetada. Como é que esta informação orienta a gestão clínica do caso?

Citando o Luís Antunes: “Deixe-me fazer uma conta muito rápida. Hoje houve 2600 casos, se cada um destes portugueses tivesse a app instalada e durante os últimos 14 dias, por dia, tivesse contactado com 6 outros portugueses que tivessem app amanhã haveria 220 000 alertas de potencial infeção em todos os que tinham a app. Ora, eu questiono-me se a rede de saúde 24 está preparada para receber as chamadas e o que é que vamos fazer a esses portugueses…“

O uso da App de forma massiva tem o potencial de gerar uma procura excessiva por testes, quando o esforço devia ser colocado numa gestão eficiente dos mesmos. Não temos como processar milhares de amostras diariamente de forma indiscriminada, mas podemos orientar de forma eficiente o seu uso através dos médicos de saúde pública. Tenham estes os recursos de que necessitam.

3. Aumenta a desconfiança e pânico na população

A ideia de que uma App pode ser imposta aos cidadãos e o seu uso fiscalizado pela polícia em nome da gestão de um problema que é de saúde pública num estado de direito democrático no ano de 2020 acende um rastilho de desconfiança na população face a quem foi democraticamente eleito para governar o país. Quem não entende isto anda muito desorientado na vida política.

Na incerteza da pandemia, o anúncio da possibilidade de esta ser gerida com recurso a métodos usados em sociedades autocráticas e repressivas despoleta desassossego.

Tal constatação apenas será positiva se a perturbação gerada impulsionar a liberdade de expressar pensamento contraditório e construtivo, que mobilize as comunidades na identificação das suas necessidades e na mobilização de esforços e de recursos para a resolução dos seus problemas.

Como na primeira vaga, não podemos ficar à espera que a orientação chegue quando quem tem o ónus de orientar continua desorientado, façamos a nossa parte – organizemo-nos. 

Digite o seu endereço de email para acompanhar o blog e receber notificações de novos posts por email.

Join 70 other followers

Blog Statistics

  • 10,438 visits since Aug 2016
Follow Pedro M Teixeira on WordPress.com

Os mais lidos

  • Vacinação e imunidade de grupo
    Vacinação e imunidade de grupo
  • Covid-19 - Gráficos
    Covid-19 - Gráficos
  • Número de óbitos por região
    Número de óbitos por região

My Academic Blog

  • Home
  • Actividades Científicas
    • Publicações Científicas
    • Research
    • Examining Committees
    • Ensino
      • Class Content
      • Must read
      • Estatística
  • Artigos de Opinião
  • Covid-19 – Gráficos
  • Contacto
  • Sobre

Categories

  • Class Content (19)
  • COVID-19 (12)
  • DSM (1)
  • Escrita científica (4)
  • Ethics (2)
  • Must read (14)
  • Opinião (9)
  • OPP (1)
  • Psicologia (2)
  • Research (14)
  • Sports (1)
  • Statistics (16)
  • Trivial (1)

Archives

RSS BMJ Evidence-Based Medicine recent issues

  • Coroners concerns to prevent harms: a series of coroners case reports to serve patient safety and educate the public, clinicians and policy-makers Richards, G. C., Aronson, J. K., Heneghan, C.
  • On reporting and interpreting statistical significance and p values in medical research Aguinis, H., Vassar, M., Wayant, C.
  • Dealing with categorical risk data when extracting data for meta-analysis Taylor, K. S., Mahtani, K. R., Aronson, J. K.
  • Reducing overuse by recognising the unintended harms of good intentions Slawson, D., Shaughnessy, A. F.
  • Efficacy of reminders for increasing volunteer engagement in translating Cochrane plain language summaries: a pilot randomised controlled trial Jakus, D., Behmen, D., Buljan, I., Marusic, A., Puljak, L.

RSS npj Primary Care Respiratory Medicine – nature.com science feeds

  • School-based self-management interventions for asthma among primary school children: a systematic review Hilary Pinnock
  • Does diagnostic uncertainty increase antibiotic prescribing in primary care? Chenxi Liu
  • Clinical characteristics and factors associated with triple therapy use in newly diagnosed patients with COPD Marc Miravitlles
  • Impact of bronchiolitis guidelines publication on primary care prescriptions in the Italian pediatric population Daniele Donà
  • Underestimation of respiratory symptoms by smokers: a thorn in chronic obstructive pulmonary disease diagnosis Konstantinos I. Gourgoulianis

RSS BPS Research Digest

  • Episode 24: How Children Learn Through Play BPS Research Digest
  • We’re Worse At Remembering Exactly What We’ve Given To Friends Than What We’ve Given To Strangers BPS Research Digest
  • Spotting Liars And Fixing Things: The Week’s Best Psychology Links BPS Research Digest
  • We Have A Strong Urge To Find Out What Might Have Been — Even When This Leads To Feelings Of Regret BPS Research Digest
  • When People Hold Morally-Based Attitudes, Two-Sided Messages Can Encourage Them To Consider Opposing Viewpoints BPS Research Digest

Blog at WordPress.com.

Cancel

 
Loading Comments...
Comment
    ×